O glaucoma é uma patologia ocular causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo óptico e, consequentemente, compromete as vistas. Se não fizer o tratamento adequado, a doença pode levar à cegueira.
Ao vermos um objeto, a imagem é transmitida do olho ao cérebro através do nervo óptico. Esse nervo funciona como um “cabo elétrico”, que contém um milhão de fios que levam a mensagem visual periférica e também a visão central.
O glaucoma pode ser definido como uma lesão do nervo óptico, com destruição gradativa desses “fios elétricos”, causando pontos cegos na área de visão e perda de campo visual.
Existem vários tipos de glaucoma, como o crônico simples ou de ângulo aberto, que representa mais de 80% dos casos e acomete as pessoas acima de 40 anos de idade, sendo assintomático na maioria dos pacientes.
Existem diversas causas para que o glaucoma surja nas vistas de uma pessoa. Os fatores primários, são: aumento da pressão intraocular, idade avançada, histórico familiar, predisposição genética, raça negra, córnea com espessura fina.
Outra causa pode ser a obstrução do trabéculo, ou aumento da produção do aquoso. Nesses casos, a doença pode ser congênita, por persistência da membrana de Barkan, adquirida devido ao depósito de pigmentos ou porque o ângulo irido-corneano está fechado.
A origem do glaucoma também pode ser associada a algumas doenças, como diabetes, que é um dos principais propulsores da doença.
Os sintomas mais frequentes do glaucoma são as escotomas (manchas escuras) no campo visual periférico.
Olhos vermelhos, lacrimejando com frequência, fotofobia (sensibilidade à luz), dor nos olhos e dor de cabeça, também são sintomas frequentes da doença.
Os sintomas do glaucoma, infelizmente, são apenas detectados em uma fase mais avançada da patologia.
No início, os sintomas são inexistentes ou praticamente imperceptíveis e vão progredindo de forma silenciosa.
Caso não seja tratado corretamente, o glaucoma leva a lesão permanente do nervo óptico, causando alteração progressiva do campo visual, podendo resultar na cegueira.
A pessoa com glaucoma ou com suspeita da doença deve ser submetida a diversos exames para a obtenção de um diagnóstico preciso da doença, como:
– Campimetria – ou exame de campo visual;
– OCT (tomografia óptica coerente) – OCT é um exame que nos permite estudar a espessura da camada de fibras nervosas peripapilares e ainda a escavação do disco óptico;
– Medida da pressão intraocular (PIO);
– Exame de nervo óptico;
– Entre outros.
Todas essas avaliações serão feitas pelo oftalmologista com o auxílio de aparelhos especiais.
Em geral, o tratamento do glaucoma é para reduzir ou estabilizar a pressão intraocular. Se o objetivo for atingido, o dano às estruturas oculares, principalmente no nervo óptico, pode ser evitado.
Em geral, na maioria dos casos, o tratamento para o glaucoma é clínico, com o uso diário de colírios.
A cirurgia se torna necessária quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios.
A prevenção e tratamento adequado de doenças crônicas, como é exemplo a diabetes e as suas complicações nos olhos, são também de primordial importância de modo a evitar o glaucoma ou retardar a sua progressão.
Casos mais avançados do glaucoma podem necessitar de tratamento cirúrgico de modo a reduzir a pressão intraocular para níveis mais baixos, inferiores normalmente a 22 mmHG.
Através da trabeculoplastia, procedimento realizado via laser, tem como objetivo aumentar o escoamento do humor aquoso, realizando pequenos furos na malha trabecular.
Outro procedimento realizado com laser é a iridotomia, que tem como objetivo criar uma comunicação entre a câmara posterior e a câmara anterior por onde vai passar o humor aquoso, evitando o bloqueio da drenagem do humor aquoso em olhos com ângulo irido-corneano estreito.